sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Em alta na Turquia, Mossoró ainda acredita no Inter: " Não é impossível"



O roteiro dos primeiros jogos do Inter na Libertadores de 2006 se repetia sob o olhar atento do torcedor: se o jogo ficasse difícil, Abel Braga chamava Márcio Mossoró. Reserva no primeiro título continental da equipe gaúcha, o velocista era um tormento na vida dos zagueiros sul-americanos e manteve, durante a primeira parte daquela temporada, o ótimo nível apresentado pelo Paulista de Jundiaí, um ano antes, quando foi o principal jogador na surpreendente conquista da Copa do Brasil.

Algumas lesões, no entanto, foram criando obstáculos na passagem do jogador do Rio Grande do Norte no Beira-Rio. Em um elenco que era recheado de opções ofensivas, tais como Fernandão, Iarley, Rafael Sóbis e Rentería, Mossoró acabou indo para o fim da fila e, quando estava voltando a se afirmar nas partidas pelo Brasileirão, um novo problema físico o tirou da disputa do Mundial. Em entrevista exclusiva ao Torcedores.com, o atual jogador do Basaksehir, da Turquia, lamenta não ter estado na conquista do Mundial pelo Inter – que completa 10 anos no próximo dia 17 -, mas lembra com carinho daquele grupo.

“As lembranças que eu tenho daquele período no Inter são as melhores. Nós tínhamos um grupo fantástico e acima de tudo a gente convivia como se fosse uma família. Esse foi um fato importante para as duas conquistas, tanto a Libertadores como o Mundial. Fiquei muito triste por não participar do Mundial, mas eu consegui entender que era por um motivo maior, que foi a minha lesão. Mas, no fim, fiquei muito mais feliz por fazer parte do grupo”, lembra o atacante.

Mesmo praticamente do outro lado do mundo, Márcio Mossoró não deixa de acompanhar o Inter, clube que, segundo ele, ainda mantém vários amigos. Ele lamenta a situação atual da equipe, que reúne mais de 90% de chances de enfrentar o primeiro rebaixamento de sua história. Faltando dois jogos para o final do campeonato, o colorado precisa urgentemente vencer Cruzeiro e Fluminense e ainda contar com tropeços do Vitória, da Bahia.

“Tenho acompanhado o Inter, sim. Sempre que posso eu assisto ou vejo os resultados. Principalmente o Inter, que foi um clube onde atuei e tenho vários amigos. Eu fico triste e frustado pela campanha que estão fazendo. Está complicado, mas não é algo impossível e sabemos que no futebol tudo pode mudar. Agora é tentar fazer algo diferente para que nesses dois jogos possam conseguir reverter e sair dessa situação. Estou na torcida por eles”, diz.

Adaptação na Europa e liderança na Turquia

Sem mais espaço no Inter, em 2007, Mossoró acabou emprestado para o Marítimo de Portugal. Mas, no país luso, foi no Braga que o brasileiro fez história e participou da conquista da Taça da Liga na temporada 2012/2013. Em sua análise, as dificuldades de adaptação existiram, sobretudo pelo fato de que, na Europa, o jogo é mais tático, enquanto no Brasil “é mais corrido”.

“O futebol na Europa é muito tático, no começo sofri um pouco para adaptar, mas depois consegui entender bem e por isso que fui tão bem nas equipes que passei. Futebol brasileiro é mais pensado, mais corrido”, opina Mossoró.

Após uma curta passagem pelo Al-Ahli, da Arábia Saudita, em 2014, o velocista voltou a encontrar o seu melhor futebol na Turquia, onde defende o Istanbul Basaksehir FK. Para quem olha a tabela do atual campeonato turco, causa estranheza não ver Fenerbahçe, Galatasaray ou Besiktas na ponta. Mas, para Mossoró, a liderança do seu clube após 11 rodadas não é “surpresa” e ele aponta o entrosamento como um dos diferenciais do grupo.

“Não é surpresa para nós e para quem nos acompanha. Nosso time joga junto desde a temporada passada. Uma ou outra peça que modificou. O clube muda muito pouco. Sempre mantém os atletas. Tem planejamento e isso é importante. Estamos muito felizes pelo atual momento. Na liderança brigando rodada a rodada com o Besiktas e bem distante do terceiro colocado. Ainda tem muito torneio pela frente e vamos fazer de tudo para surpreender e tentar quebrar a hegemonia das principais forças”.

Aos 33 anos, o potiguar Márcio Mossoró curte o bom momento na Turquia e prefere não fazer planos para o futuro. Ainda não pensa em voltar ao Brasil e coloca Portugal, onde brilhou no Braga durante cinco temporadas, como uma das opções para daqui a alguns anos.

“Acredito que ainda é cedo para retornar. Se voltar, penso em daqui a uns dois a três anos. Mas ainda não sei também. Tem a possibilidade de voltar para Portugal. Vamos ver. O tempo a Deus pertence e o foco agora é o clube onde estou. Tenho que pensar ano após ano”, finaliza.
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